sábado, 22 de maio de 2010

NOVAS APRENDIZAGENS

Uma das coisas que mais tem sido significativo para mim e contribuído para minha aprendizagem, são as aulas de reforço que realizo no turno contrário a minha turma. As aulas acontecem uma vez por semana durante toda a tarde. Atendo 3 anos distintos. São alunos do 2º, 3º e 4º ano do Ensino Fundamental de 9 anos.
Desde o ano passado vivo esta experiência. Me refiro especialmente ao 2º ano (correspondente a 1ª série), visto que é neste período que se inicia a alfabetização. Sempre trabalhei com a antiga 4ª série (16anos) e também 3ª e 5ª série. Séries nas quais teoricamente o aluno já vem com a escrita e leitura dominadas, cabendo a nós, oferecer subsídios para o aluno aperfeiçoar tais saberes e iniciar outros.
Trabalhando com estas séries e agora anos, não sabemos como o aluno construiu sua aprendizagem, as hipóteses que formulou para atingir o domínio da leitura e escrita.
Agora, acompanhando os alunos que estão neste processo de construção, torna-se mais compreensível certas deficiências, certas carências que alguns alunos levam para os anos seguintes. A apropriação da leitura e escrita é um processo muito complexo e requer do educador além do conhecimento teórico, muita sensibilidade para perceber o que o aluno necessita e construir, portanto, estratégias para que o aluno descubra o significado do mundo das letras, do mundo das palavras.
Mais do que nunca, lembro do que falava uma ex-diretora minha. De que toda a professora deveria passar pela 1ª série (atual 2º ano), para compreender como os alunos descobrem e se apropriam deste saber.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A HORA DO CONTO AINDA ENCANTA

Nesta reflexão semanal gostaria de me deter neste assunto. Em uma época em que a agressividade se manifesta de forma cada vez mais violenta, dentro do ambiente escolar e fora dele, e tendo como protagonistas alunos cada vez menores, a que se destacar quando os alunos ainda se deixam encantar por histórias de contos de fadas, de magia e encantamento.
Nesta semana levei meus alunos para um momento diferente. Eles foram assistir a uma hora do conto em uma escola vizinha, a qual promovia sua Semana Literária.
Espectadores atentos, não perderam um só detalhe da narrativa, um só movimento da contadora. E o mais importante: identificaram a mensagem que a bela história da joaninha quis passar. A mensagem de que o importante é a amizade, a partilha, a solidariedade e não o egoísmo. Claro que a maneira como a história foi contada, envolvendo alguns recursos e também a performance da narradora contribuiu para prender a atenção dos mesmos. No entanto, no meu ponto de vista, quando a criança se deixa envolver, se deixa levar, por uma história é porque sua sensibilidade, sua ingenuidade estão ali prontas para serem tocadas, envolvidas.
Minha colega que desenvolve a hora do conto semanalmente, já havia me falado da atenção que meus alunos dedicam a este momento, ouvindo, participando, interagindo. Isto me deixa muito feliz e motivada a ir além, proporcionar mais momentos como este. E não necessariamente levando-os para outros eventos, mas no dia-a-dia da sala de aula.
Partindo deste pressuposto devemos investir em momentos como este, a fim de recuperar o que está se perdendo atualmente: a capacidade de se emocionar, de sonhar, de sentir.
Enquanto educadora cabe a mim investir mais em literatura, proporcionar aos meus alunos várias formas de leitura para que desenvolvam a habilidade da escrita, da interpretação, da leitura fluente. Mas principalmente que os alunos percebam que o mundo dos livros, das histórias tem muito a lhes oferecer. Entre elas resgatar valores morais, éticos. Resgatar a pureza que cada um traz consigo em detrimento do lado perverso que está banalizando-se.
Relato aqui a reflexão semanal que postei no pbwiki por considerar que cabia também como relato de aprendizagens. Através de uma experiência com meus alunos acrescente a minha aprendizagem enquanto professora.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

INTERDISCIPLINARIDADE

Um dos desafios da educação hoje é o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar.
No decorrer dos anos a educação deu-se de forma segmentada. No entanto em muitos momentos as disciplinas se interligam. Um mesmo assunto pode aparecer em mais de uma disciplina só que analisada, estudada sob outro enfoque. Mas um complementa o outro.
O que nos deixa apreensivas enquanto educadoras é encontrar este elo, esta ligação. Ao falar-se em interdisciplinaridade pensamos que devemos fazer com que aconteça de qualquer forma. Acabamos cometendo um equívoco. Forçamos algo acontecer, o que acaba interferindo na aprendizagem de forma negativa, pois ficam lacunas. A interdisciplinaridade tem que acontecer naturalmente.
A maneira como elaboramos nosso planejamento, objetivos e temáticas que elegemos é que trarão esta interdisciplinaridade. Este processo se constrói paulatinamente da mesma forma como acontece com as crianças que adquirem e se apropriam da leitura e da escrita.
Faço esta afirmação pois este é o processo que vivencio no momento. O desafio de trabalhar interdisciplinarmente. A minha dificuldade maior é estabelecer ligação entre assuntos referentes a Ciências e Estudos Sociais. Nem sempre é possível haver a interdisciplinaridade.
Já entre Estudos Sociais, Português e Matemática tenho conseguido um resultado melhor. Por exemplo: estou trabalhando nesta semana a criação do planeta e o surgimento do homem em Estudos Sociais. Aproveitarei para trabalhar a história dos números. Um assunto está complementando o outro. Em português aproveito o conhecimento adquirido nas temáticas abordadas para o desenvolvimento da leitura, escrita, interpretação.
É mais um aprendizado nesta longa caminhada como docente. Aprendendo com os alunos, aprendendo com os erros, aprendendo com a teoria, aprendendo com a prática.