terça-feira, 27 de abril de 2010

CONTEÚDOS – O QUE O ALUNO PRECISA SABER, O QUE É RELEVANTE NOS DIAS DE HOJE?

É comum ouvirmos tanto dos pais, pessoas em geral e nós próprios enquanto professores, que o ensino atual está aquém das expectativas, inoperante, não contempla os saberes que o aluno deve desenvolver. Trabalhamos cada vez menos conteúdos e cada vez mais as respostas não são satisfatórias, apesar do nível de exigência ser menor.
Eu mesma no decorrer da minha prática docente fui modificando, adaptando e até mesmo retirando conteúdos do que estava programado para a série ou ano como é a nova nomenclatura. Assim fui agindo porque percebia total desinteresse dos alunos e como conseqüência a não aprendizagem.
Lembro que quando estava na antiga 4ª série ou 5ª série, aprendia praticamente as dez classes gramaticais. Em matemática as expressões numéricas. Cito estes conteúdos para usá-los como exemplo. Mesmo não gostando, estudávamos, procurávamos aprender. Sabíamos que se não demonstrássemos interesse, empenho, não iríamos adiante. O sucesso na escola era a oportunidade de um futuro bom. Os alunos se adaptavam ao que a escola propunha.
E com esta visão iniciei no magistério. Nos primeiros anos me desesperava quando meus alunos não sabiam diferenciar verbo de substantivo, por exemplo. Aos poucos fui me dando conta de que não adiantava insistir em um conteúdo ou metodologia tradicional. Os alunos mudaram.
Hoje ocorre o contrário. A escola é que deve se adaptar ao que propõem os alunos. É imprescindível que a escola e, por tanto os conteúdos, venham de encontro a demanda atual. O que é relevante? O aluno identificar verbos ou construir frases claras, criativas?
Todavia não se pode nivelar a educação por baixo e não corrigir os erros das crianças ou deixar que construam sozinhos seus saberes, permitindo que a aprendizagem se restrinja ao interesse do aluno apenas. Por exemplo: um aluno de 4º ano precisa concluir esta etapa lendo fluentemente, interpretando textos, construindo frases claras, sabendo o uso da letra maiúscula e pontuação, além do domínio das 4 operações dentro do seu nível de aprendizagem.
O que se vê hoje,( e eu tenho pelo menos um caso assim nas aulas de reforço) é um aluno do 3º ano que não sabe ler, aluno de 10 anos que não sabe sequer o número do telefone de casa ou um aluno de 2º ano não conhecer o alfabeto.
Onde está o problema? Onde a educação se perdeu? Como resgatar certos saberes? É algo para se refletir e agir.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

LENDO NOTÍCIAS, ESCREVENDO SEUS TEXTOS



Aqui um dos trabalhos realizados com o jornal. Este é o rascunho. O cartaz que reune os textos dos alunos será postado depois visto que ainda não recebi de todos os pais as autorizações pra publicação de imagem.

COMENTANDO AS IMAGENS ANTERIORES

Como mencionei no relato anterior está aqui publicado o mural que confeccionei com os alunos a fim de que os mesmos possam ter um melhor entendimento sobre como um jornal é dividido como as norícias são dispostas e que nome se dá as frases escritas com letras em negrito e maisúsculas bem como o porquê de se escrever desta forma.

CONHECENDO O JORNAL



APRENDENDO COM OS ALUNOS

Como dito anteriormente Novo Hamburgo lançou um projeto para trabalhar o jornal na sala de aula. Relatei também a visão que tinha com relação ao nível de compreensão dos alunos sobre o conteúdo do jornal.
Pois bem, ao iniciar o projeto percebi algumas questões. Alguns alunos ainda não demonstravam familiaridade com o jornal, não conseguindo dimensionar realmente sua função. Outros alunos escolheram notícias aleatoriamente, sem ter conseguido voltar sua atenção para algo específico. Ao passo que outros alunos conseguiram selecionar aquela que pareceu mais importante, do interesse da comunidade ou de alerta para algum fato. Me chamou a atenção a variedade de notícias escolhidas, pois geralmente as páginas policiais são as mais procuradas.
Contudo, de forma geral os alunos demonstraram em um primeiro momento dificuldade em resumir a notícia oralmente, contar o enredo principal. Quando a professora solicitou que lessem a notícia escolhida, alguns alunos consideraram que ler a manchete seria o suficiente, entenderam que a notícia se resume a manchete.
Então, na aula posterior trabalhei com os alunos uma espécie de oficina a fim de que eles conhecessem o jornal. Após a livre leitura, pedi que colocassem o jornal sobre a classe a fim de fazermos o reconhecimento de suas partes. Fui explicando como o jornal se divide, cada seção, o que observa-se na capa. Montei um cartaz com o que expliquei para facilitar o entendimento.
Passado um mês deste trabalho já consegui perceber uma pequeno crescimento dos mesmos. Cito aqui a atividade que desenvolvi para evidenciar este crescimento. Pedi que procurassem notícias sobre Novo Hamburgo, já que estávamos na semana do aniversário da cidade, e as lessem. Após, deveriam escolher uma delas e anotar o que mais chamou a atenção. Alguns alunos já conseguiram retirar da notícia as informações mais relevantes, através de frases próprias.
Com este trabalho mais uma vez pude constatar que a aprendizagem é um processo contínuo, crescente. Não podemos, diante da primeira resposta negativa, subestimar a capacidade do aluno, acreditando que não possuem condições de realizar determinada tarefa. O processo é lento sim, mas cabe ao professor ser persistente e procurar outras estratégias para alcançar os objetivos propostos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O JORNAL COMO FERRAMENTA DE ENSINO

É incrível como aprendemos e descobrimos coisas novas a todo momento. Nos surpreendemos a cada dia com coisas que para nós são tão óbvias e para os nossos alunos não. Quando isso acontece, temos que parar e refletir se ao planejarmos nossas aulas estamos levando em consideração nossas habilidades e experiências ou as deficiências e saberes dos alunos.
Faço tal afirmação baseado no trabalho que estou desenvolvendo com os alunos relativo ao jornal. Este ano, Novo Hamburgo em parceria com a Feevale outras instituições de nível superior e o Grupo Editorial Sinos, lançou o projeto “Jornal na sala de aula” para alunos do 4º ano em diante.
Todas as 2ªs feiras cada aluno recebe um jornal para leitura e posterior atividade orientada pela professora. Ao planejar a 1ª aula imediatamente imaginei que os alunos estavam à vontade e saberiam usá-lo naturalmente, sem dificuldades, afinal o jornal é um instrumento acessível e sempre presente nas escolas.
Para minha surpresa os alunos demonstram dificuldade em identificar e localizar notícias, compreender e sintetizar a idéia principal, identificar onde termina uma notícia e começa a outra. Para mim foi um aprendizado. Aprendi com a dificuldade deles. Na aula seguinte fiz um planejamento baseado nestas dificuldades que verifiquei na primeira experiência com o jornal.
Tantas vezes trabalhei com o jornal sob um enfoque diferente em relação ao trabalho atual e não percebi tais deficiências. Me pergunto: será que as outras turmas apresentavam estas mesmas dificuldades, e eu por certas razões não percebi, ou as turmas anteriores não apresentavam estas deficiências?
Enfim, cabe ao educador questionar, refletir eternamente. No decorrer do semestre relatarei o que venho desenvolvendo com o jornal desde o primeiro trabalho, bem como os avanços já aos poucos obtidos.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES ACERCA DO ESTÁGIO

Bem, chegamos a reta final do nosso curso. Com ele a expectativa de que tenhamos um bom desempenho.
Apesar de anos de experiência, me sinto bastante ansiosa por dois motivos: primeiramente por colocar sob avaliação a minha prática pedagógica ao longo deste tempo. Me questiono se tudo que desenvolvi até agora trouxe realmente aprendizagem para os meus alunos. De que forma contribuí de fato para que progredissem nos anos posteriores. O que ensinei foi relevante, significativo, trouxe o embasamento necessário para dar um bom prosseguimento no futuro escolar?
Creio que cometi acertos e erros também. Todavia me tranqüilizo a avalio meu trabalho de forma positiva, pois sempre procurei me esforçar ao máximo enquanto educadora e passei aos meus educandos aquilo em que acreditei.
Durante quatro anos de estudos, de discussão de teorias e práticas, percebi que estava no caminho certo, o que me faltava era um maior aprofundamento das questões trabalhadas. Aprofundamento este adquirido durante estas trocas enriquecedoras com professoras e tutoras.
Outro aspecto que me faz ficar ansiosa é o fato de ser necessário teorizar a prática diária, o meu cotidiano profissional. Sabemos o que queremos dos nossos alunos e o que eles necessitam mas evidenciar teoricamente esta prática me parece num primeiro momento complicado. Me pergunto se vou conseguir explicar de forma consistente o que nossas orientadoras desejam saber.
Colocando aqui estas impressões me reporto às primeiras aulas, quando tivemos um intensivo para sabermos utilizar as ferramentas tecnológicas necessárias para o curso, algo totalmente desconhecido para mim: blog, pbwiki, rooda. Lembro que entrei em desespero por me achar incapaz de dominar tais recursos. Hoje estou aqui, finalizando mais uma etapa na minha carreira profissional e feliz por ter superado mais um obstáculo. Sendo assim penso que devo usar esta experiência anterior, o resultado positivo que obtive como incentivo para vencer esta “corrida”. Mais um medo, mais uma angústia que tenho que superar. Tenho que olhar para traz e ver tudo o que já consegui até aqui, seja na vida pessoal, profissional e pensar: “sou capaz”, “vou conseguir”.